domingo, 28 de março de 2010



É essa falta de alguma coisa que corrompe penosamente dentro de cada um, esse desejo de algo que você não sabe explicar, essa vontade de ter os pés nas nuvens enquanto você está no chão. O ser humano é um ser minuciosamente trabalhado em sentimentos, emoções, ações e reações; o bicho homem se perde em seu mundo, se perde em seu país, em sua cidade, em sua casa e, logo, perde-se de si mesmo. Essa perca de si mesmo o aflige, o amedronta e o limita a muitas coisas. O ser humano então resolve viver, viver neste mundo perdido, viver nesta vida perdida e em meio a pessoas que estão mais perdidas ainda. É muita mudança, muitos degraus a subir, muitas indagações... o ser humano é um ser hiperativo, um ser categórico e um tanto quanto impulsivo. Forças do mundo, forças da natureza e forças espirituais estão presente na vida do ser humano, ao seu meio, mas o ser humano não nota, não liga e acaba seguindo perdido mais uma vez. Um dia ele se encontra, em um outro mundo. O ser humano ainda tem medo, medo de si e medo dos outros, e infelizmente ele alimenta cada vez mais este medo, este sentimento de repulsa que o faz querer entender mas não lhe trás as respostas. Bastemo-nos assim, olhando, caminhando e com um princípio a vencer, algo no qual você deve trabalhar pra conseguir, trabalhar fisicamente e espiritualmente. Ser humano não é uma tarefa simples, mas sim, uma tarefa um tanto quanto delicada e complicada; pois o ser humano vê com os olhos, enquanto deveria ver com a alma.

sábado, 4 de julho de 2009

O Menino do Pijama Listrado


Com David Thewlis e Vera Farmiga. Alemanha, 2ª Guerra Mundial. Bruno (Asa Butterfield), de 8 anos, é filho de um oficial nazista que assume um cargo em um campo de concentração. Isto faz com que sua família deixe Berlim e se mude para uma área desolada, onde não há muito o que fazer para uma criança de sua idade. Ao explorar o local ele conhece Shmuel (Jack Scanlon), um garoto aproximadamente de sua idade que sempre está com um pijama listrado e do outro lado de uma cerca eletrificada. Bruno passa a visitá-lo frequentemente, surgindo entre eles uma amizade.

Zuzu Angel



Um filme esplêndido! Nos retrata a verdade sangrenta e suja da história de nosso país e, ao mesmo tempo, nos emociona com o amor sem limites de uma mãe.
Zuzu Angel não é só uma mulher a procura de seu filho mas em busca de respostas na qual a ditadura tentou tenta acobertar.
Brasil, anos 60. A ditadura militar faz o país mergulhar em um dos momentos mais negros de sua história. Alheia a tudo isto, Zuzu Angel (Patrícia Pillar), uma estilista de modas, fica cada vez mais famosa no Brasil e no exterior. O desfile da sua coleção em Nova York consolidou sua carreira, que estava em ascensão. Paralelamente seu filho, Stuart (Daniel de Oliveira), ingressa na luta armada, que combatia as arbitrariedades dos militares. Resumindo: as diferenças ideológicas entre mãe e filho eram profundas. Ela uma empresária, ele lutando pela revolução socialista e Sônia (Leandra Leal), sua mulher, partilha das mesmas idéias. Numa noite Zuzu recebe uma ligação, dizendo que "Paulo caiu", ou seja, Stuart tinha sido preso pelos militares. As forças armadas negam e Zuzu visita uma prisão militar e nada acha, mas viu que as celas estavam tão bem arrumadas que aquilo só podia ser um teatro de mau gosto, orquestrado pela ditadura. Pouco tempo depois ela recebe uma carta dizendo que Stuart foi torturado até a morte na aeronáutica. Então ela inicia uma batalha aparentemente simples: localizar o corpo do filho e enterrá-lo, mas os militares continuam fazendo seu patético teatro e até "inocentam" Stuart por falta de provas, apesar de já o terem executado. Zuzu vai se tornando uma figura cada vez mais incômoda para a ditadura e ela escreve que não descarta de forma nenhuma a chance de ser morta em um "acidente" ou "assalto".
"Quem é essa mulherQue canta sempre esse estribilho?Só queria embalar meu filhoQue mora na escuridão do marQuem é essa mulherQue canta sempre esse lamento?Só queria lembrar o tormentoQue fez meu filho suspirarQuem é essa mulherQue canta sempre o mesmo arranjo?Só queria agasalhar meu anjoE deixar seu corpo descansarQuem é essa mulherQue canta como dobra um sino?Queria cantar por meu meninoQue ele já não pode mais cantarQuem é essa mulherQue canta sempre esse estribilho?Só queria embalar meu filhoQue mora na escuridão do mar"
Música feita por Chico Buarque em homenagem à Zuzu Angel

Juventude Transviada


Este é um excelente filme, tanto sua ótica quanto sua filmagem e seu elenco e roteiro são um grande convite ao espectador celebrar essa obra-prima, que mostra a desagregação do papel da família na sociedade americana pós-guerra.
Inicialmente Juventude Transviada seria em preto e branco, sendo que inclusive algumas cenas do filme chegaram a ser rodadas desta forma. A mudança para colorido ocorreu devido a uma decisão interna da Warner Bros., que, por razões de prestígio, decidiu que todos os filmes feitos em CinemaScope deveriam ser a cores.
Jim Stark (James Dean) é um encrenqueiro, que fez os pais se mudarem de uma cidade para outra até se fixarem em Los Angeles, que é preso de madrugada por embriaguez e desordem. No distrito policial está Judy (Natalie Wood), uma jovem que está revoltada com o pai, que a chamou de vagabunda imunda por ter se maquiado. Lá está também um rapaz, John Crawford (Sal Mineo), mais conhecido como Platão, que atirou em alguns cães. Um compreensivo policial entende que Jim recebe em casa apenas um amor superficial dos seus pais, e que Jim nunca aceitou que seu pai seja totalmente submisso à sua mãe. Enquanto Jim espera na delegacia pelos pais, que tiveram de cancelar um compromisso social para tirá-lo da prisão, ele tem um rápido contato com Judy e Platão. Após ser libertado parecia que tudo estava resolvido, mas ao tentar fazer amizade na manhã seguinte com sua jovem vizinha, a própria Judy, cria um desentendimento com Buzz (Corey Allen), que namora Judy e é o líder de uma gangue do colégio. Esta rivalidade vai gerar algumas situações com trágicas conseqüências.

Shelter


"Desde que tenha os seus olhos abertos e encontre algo em que tenha fé... Nada poderá te tocar! É incrível como uma experiência pode mudar a sua vida para sempre..."

Esta é a mensagem principal que o filme tenta trazer em seu decorrer... Um filme de descoberta e claro, com temática homo, mas para um bom entendedor só essa frase bastaria.
A história é a mesma de sempre: Zach (Trevor Wright) é um cara típico de cidade pequena do litoral californiano, que teve que deixar de lado seus sonhos para ajudar a família. Passa os dias trabalhando numa lanchonete, surfando, pichando as ruas e cuidando de Cody, um garoto de cinco anos que vê um pai nele, filho de uma mãe solteira que mal olha para ele.
Eis que aparece Shaun (Brad Rowe), um escritor que foi tentar a vida em Los Angeles, irmão de Gabe, seu amigo de infância. Não demora muito para que eles caiam numa noite de bebedeira e partindo pros finalmentes. O maior problema é que Zach é tão mal-resolvido que demora pra entender o que realmente gosta. Tem lá um cara que gosta dele e ele perde tempo tentando gostar de Tori, uma loirinha muito sem sal.
Embora o filme apresente uma mensagem positiva, tem horas que força a barra. A certa altura, os namorados saem de mãos dadas do carro, só para provocar uma desnecessária cena de homofobia. Além disso, demora pra começar, perdendo tempo com cenas de surfe.
No final, sobrou um filme mediano, meio Sessão da Tarde, mas vale a pena.

Scoop - O Grande Furo


Sondra Pransky (Scarlett Johansson) é uma estudante de jornalismo que está visitando alguns amigos em Londres. Ela vai ao show de mágica de Sidney Waterman (Woody Allen), que a chama ao palco para fazer o truque de desmaterialização. Sondra entra em uma caixa mas, enquanto o truque acontece, surge para ela o espírito do repórter Joe Strombel (Ian McShane), morto recentemente, que lhe oferece um grande furo: a identidade do assassino do tarô. Ele diz a Sondra que o assassino é Peter Lyman (Hugh Jackman), um aristocrata inglês. Sondra e Sid decidem investigar Lyman, mas ela acaba se apaixonado por ele.

Ensaio Sobre a Cegueira


“A importância de ter olhos quando os outros não vêem” Eis aqui um filme sensível e ao mesmo tempo comovente, recheado de intrigas e uma realidade não presenciada. Inspirado no livro de José Saramago; Ensaio sobre a cegueira é um filme para se assistir e se comover, e aprender de uma vez por todas que desconhecemos a sociedade e o modo de ver as coisas em que vivemos. Fernando Meirelles conseguiu traduzir perfeitamente neste filme aquilo que ninguém consegue perceber e muito menos ver.
Uma inédita e inexplicável epidemia de cegueira atinge uma cidade. Chamada de "cegueira branca", já que as pessoas atingidas apenas passam a ver uma superfície leitosa, a doença surge inicialmente em um homem no trânsito e, pouco a pouco, se espalha pelo país. À medida que os afetados são colocados em quarentena e os serviços oferecidos pelo Estado começam a falhar as pessoas passam a lutar por suas necessidades básicas, expondo seus instintos primários. Nesta situação a única pessoa que ainda consegue enxergar é a mulher de um médico (Julianne Moore), que juntamente com um grupo de internos tenta encontrar a humanidade perdida.